Tempo de viver!



Dentre tantas lembranças que carrego, uma em especial martela na minha cabeça hoje: certa vez, provavelmente antes dos dez anos, comentei com a minha mãe que o ano havia passado muito rápido, ela me falou que a medida que a idade ia chegando, o tempo passaria mais e mais depressa. E por mais abstrato que tenha me parecido aquela informação na época, hoje, vinte anos depois, percebo que o tempo realmente acelerou, e muito.

Já estamos na metade de fevereiro, no final do verão, e o ano novo parece que foi ontem. 


Acredito que essa relação velocidade x tempo seja apenas um paradoxo sobre como o nosso cérebro está acostumado com a vida. Com a idade avançando, poucos acontecimentos merecem ser chamados de novidades, e é justamente isso que faz com que nosso cérebro assimile aquilo que é novo, distorcendo o tempo. Poucos dias nos trazem acontecimentos inéditos, e com a quantidade de informação armazenada diariamente, raramente nosso cérebro consegue captar algo nunca visto. Em geral mal conseguimos lembrar o que comemos ontem, ou nossos passos dados na semana passada, pouquíssimas situações merecem espaço na nossa memória já não tão eficiente.

Se o cérebro só grava o que é novo, deveríamos continuar fazendo coisas novas como uma alternativa contra o tempo? Se o tempo vai passar de qualquer jeito, deveríamos perder tempo com isso?

Então hoje, como alternativa, resolvi que tentarei ao menos dar um pequeno susto no meu cérebro. A novidade pouco importa, o que importa é que o tempo passe menos apressado, e que isso me traga mais sorrisos e boas lembranças. O resultado eu não posso afirmar, mas gostaria apenas de lembrar que o relógio está correndo e que uma hora há de parar. Até lá ainda podemos tentar alguma coisa diferente.

Vamos fazer um dia inédito?

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