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Mostrando postagens de março, 2009

A de verdade - Tati Bernardi

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Eu sei que ele dormiu aí com você, sua puta, piranha, vaca, vagabunda. E desligou na minha cara. Péssimo jeito de acordar. Nunca fui amiga da garota e nem ia com a cara dela. Se quisesse xingar alguém, que xingasse o peso morto que roncava ao meu lado. Esse sim tinha aprontado. Eu não. Eu só estava com medo de atravessar a cidade inteira para voltar a pé para o meu hotel e pedi uma ajuda. Que virou um beijo numa pracinha com vista para a Costa Azul. Que deu naquilo. O peso morto que agora roncava ao meu lado. Deu naquilo. E na pobre namorada no Brasil que devia ter passado a noite em claro ligando no celular dele, no hotel dele, no celular dos amigos dele, no hotel dos amigos dele, até chegar, as duas da tarde, no número do meu quarto. E me acordar. Com a voz entre o pato choroso e a gralha assassina. Mas o que eu tinha a ver com isso? Homens traem, querida. Você não quis ter um namorado? Azar o seu. Eu pensei. Na época. Época em que eu não namorava ninguém nem amarrada. Preferia e