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Mostrando postagens de março, 2016

Até quando der.

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Dá pra sentir saudades apenas das coisas que foram boas? Dá pra esquecer tudo aquilo que não foi? Dá pra cutucar uma ferida sem sangrar? Dá pra revirar o passado sem sentir mágoa? Dá pra saber se vou sentir tudo de novo? Dá pra saber se falta muito? Infelizmente (ou não), algumas coisas são imprevisíveis, e é humanamente impossível tentar interceptar os próximos passos. Eu, ansiosa que sou, quero tudo contado e explicado, mil vezes se possível, porque não gosto de surpresas e não quero ser pega despreparada. O tempo tem custado a passar, e quanto mais lento, mais sofrido. É como se eu estivesse sentada num banco em uma avenida super movimentada. A vida acontecendo, as pessoas passando, algumas apressadas, algumas correndo, outras num passo mais lento, carros buzinando, pessoas gritando, xingando, reclamando, cantarolando. Mas todas indo ou vindo. Talvez a única que esteja parada seja eu. Parada no tempo. Parada no banco. Parada procurando. Parada esperando. Parada estratégica. Talvez

Detalhes atemporais

Lá fora a chuva cai de mansinho, tentando dizer que é inevitável que algo permaneça intacto por tanto tempo. A vida é cíclica, e de tempos em tempos ela faz uma volta e me leva de volta ao ponto de partida. Talvez seja para me mostrar o quanto mudei nos últimos anos. Antigamente gastava energia com coisas e pessoas insignificantes, hoje guardo essa energia para situações da vida que sei que é inevitável fugir. E com tantas mudanças e voltas, algumas coisas insistem em permanecer intactas aqui dentro. Meu coração resiste bravamente ao tempo, um pouco incrédulo, um pouco assustado, mas inteiro e incapaz de se entregar. Talvez o caminho agora seja outro. E eu que tantas vezes quis te encontrar, agora rezo para não te ver tão cedo. A vida acata por ser generosa comigo. O tempo agradece para poder curar as feridas. E eu em meio a isso tudo? Eu não me importo mais.

Sem vestígios

Ela sempre quis escrever a história sem deixar vestígios nas entrelinhas, assim envolveria o leitor em seus personagens e a vida dela seria prontamente esquecida. A relação com os livros veio desde pequena. Cresceu rodeada deles, e na faculdade adorava ir à biblioteca, passando horas escolhendo quais levaria para casa. Sempre teve dificuldade em escolher, ainda mais diante de tantas opções. Os colegas achavam exagerado o número de livros, mas eles sabiam que ela lia porque quando perguntavam ela contava a história com o olhar brilhando. Um jeito tolo de fingir ser quem não é, ou de aparentar ser mais forte do que falam por aí. Qual a finalidade desse jogo de esconder, se no fim ela só quer ser encontrada? Talvez tenha entendido que se não falasse nada, nada poderia ser repetido. Que se calasse, seria mais feliz. Que se ninguém soubesse, tudo aconteceria exatamente como ela havia planejado. Entendeu errado e agora mal conseguia ficar em pé. Não conseguia nem ao menos prender suas vont