Passou

Antigos padrões, coisas que faço e falo sem perceber. Dificuldade de deixar alguém se aproximar. Casca impenetrável. Aos poucos tudo vai mudando, e o que um dia eu fui já nem me lembro mais. Detalhes de uma vida perdidos para sempre nas arestas da minha memória cansada de lembrar. Uma proteção absurda para fugir de algo que nem sei se machuca. A doçura misturada à estupidez, tão familiar e ao mesmo tempo tão repulsivo. Quero e depois não quero mais, atraio com a mesma força que repilo. Te testo, te uso, te jogo fora, te esqueço. Depois te lembro e te busco, rezando para você não ter mudado de ideia, rezando para eu não mudar de ideia de novo. Mas eu mudo, e eu fujo. Saio correndo e te encontro virando a esquina. Você sempre tão doce, eu sempre tão ogra, e de alguma maneira estranha formamos um belo par. Que dupla, que fôlego. Amanhã tem mais, e talvez na próxima semana também. Por mim tanto faz, o inverno está aí e talvez já esteja mesmo na hora de dar adeus ao que passou. Passou!


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