Entre ciclos, voltas e retornos.

Há seis anos atrás tive um deslumbre, um sonho, uma intuição. Tinha nome, endereço, fisionomia, sorriso e inteligência. Com uma mochila nas costas, parti e deixei toda uma vida para trás, como se fosse fácil recomeçar em um outro lugar. Fácil não foi, tampouco difícil, tiveram lá seus percalços, mas acredito que faça parte da caminhada. Acontece que há pouco mais de 9 meses, a previsão tomou forma, e acabou se concretizando em nome, fisionomia, sorriso e inteligência, exatamente como eu havia imaginado, e eu ainda me pergunto o que é que ele tem que eu não consigo reagir de forma diferente?
Chame de loucura, ou do que quiser chamar, eu chamo de acaso, coincidência, destino. O que me fez lembrar todas as vezes que deitei na grama, na areia, na sacada do meu quarto e fiquei olhando para o céu me perguntando qual era o sentido disso tudo.

Algumas perguntas levam anos para serem respondidas. As minhas não ficam atrás, mas também não ficam sem respostas. Eu fiz muitas perguntas e somente hoje consigo entender o que elas significavam. E aquela minha ansiedade, muitas vezes impossível de conter, também agora se explica. Nunca ficamos sem respostas, e esse é o maior barato da vida, pode demorar, mas todas as suas perguntas serão definitivamente respondidas, e depois surgirão novas perguntas e mais respostas demoradas. 

Demora vai, vamos ser sinceros, poderia até ser mais rápido, mas olhando a vida, desde o início, nada é pra ontem, nada é a jato. Demoramos nove meses para nascer, mais dois anos para falar e caminhar, mais uns 3 para aprender a ler e a escrever, mais uns 2 até conseguirmos andar na bicicleta sem rodinhas, e quando achamos que tudo está começando a se equilibrar, entramos na adolescência, e recomeça tudo novamente. Com outra cara,  e outros problemas, os pais, professores, amigos, relacionamentos. Saímos da adolescência e entramos sem aviso na vida adulta, e as responsabilidades são maiores, e as escolhas devem ser bem feitas, pois agora somos responsáveis por nós mesmos.

A diferença é que com o tempo ficamos mais experientes, menos ansiosos e dramáticos, e é isso que demonstra maturidade: saber aguardar o momento certo, entender que algumas coisas não foram feitas para a gente e que outras tão bonitas estão só começando a acontecer. 

Pode soar meio clichê, mas a vida sabe sim ser surpreendente.

Depois que o furacão passa, o que sobra é o essencial.