Não me ignore...


Esse papo de indiferença não é comigo. Não consigo fingir, nem mentir. Eu me interesso sim, me preocupo sim, há momentos de muita tensão, mas há tantos outros de pura ternura. E é exatamente esse balanço entre o bem e o mal que me faz sempre voltar ao ponto de partida. Não sei ser alheia a paz que eu sinto quando tu chega, ou a sorte que tive de, no meio de tantas possibilidades, ter te encontrado. De mim, você até pode não saber tudo, mas eu de você saberei todos os detalhes, pode apostar. Posso não demonstrar de forma constante, pois nada em mim é de fato constante, mas estou sempre te filmando, te seguindo. E toda vez que leio a palavra saudade, é teu rosto que aparece, seguro e sorridente de um jeito que só me encanta ainda mais. Depois vem a lembrança do teu cheiro que misturado ao meu é o melhor de todos que já senti. Eu te sinto a todo o instante. Eu te chamo a toda hora. Tu não sente? Desde que te encontrei, todas as noites quando eu apago a luz, te dou boa noite, mesmo quando você não dorme aqui comigo. Você caminha ao meu lado sempre junto, mesmo quando estamos separados por muitos quilômetros. É maluco, é intenso e é único. Dizer que já senti igual, não posso. Já senti semelhante, mas nenhum sentir é igual a outro. E já fazia tanto tempo que eu não sabia o que era sentir. Nenhum sentir foi igual ao nosso, isso eu garanto. Eu borbulho por dentro, eu sinto calor. Eu fecho os meus olhos e te sinto comigo. Sinto o teu calor, o teu suor, o teu gosto salgado, a tua mão firme, a tua boca carnuda. Viciei, foi isso. E não é normal, não mesmo. Eu não sei ser indiferente e nem ao menos quero tentar. Não contigo. Não com a gente. Eu quero sentir tudo, pelo simples prazer de estar viva. Eu te quero tanto que te deixo livre pra poder voar sempre que quiser e vez ou outra pousar aqui e me fazer sentir tudo de novo. Eu até sei ser indiferente. Só não quero. Não se assusta, por favor. Eu sei que depois da turbulência passar, o céu vai ficar azul e todo o resto ficará distante e pequeno. Segura a minha mão, não solta agora, que eu tenho medo de lonjuras. Sigo esperando nossos tempos colidirem. E se não for pedir demais, não seja indiferente comigo. Seja um cretino, seja um babaca, mas não indiferente.

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