Colidindo sensações...

Sozinha ela ficou parada na calçada, olhando para o mar, pensando que aquela teria sido a última vez que alguém a deixaria plantada a esperar. Nunca mais, voltou a prometer a si mesma. Qual era o problema dessa nova geração, que buscavam pokémons feito zumbis, mas não sabiam respeitar horários e promessas? Foi quando ele chegou, trazendo o sorriso lindo que fizera ela se apaixonar, e uma flor que provavelmente havia roubado de algum jardim da vizinhança. Ele tinha seis anos a menos que ela, o que fazia a insegurança dela aumentar em 200%. Nos quinze minutos que ela ficou esperando, pensou que ele havia cansado, arranjado outra no caminho, desistido dela e da promessa de passar aquela noite juntos. Mas não, ele estava ali, mais lindo e mais cheiroso do que ela lembrava, já estavam alguns dias sem se verem, e ela estava radiante e ansiosa pela sexta-feira desde a terça. Ele seria todo dela, mesmo que por algumas horas apenas. Ela seria aquela que ele buscava, mesmo que por algumas horas. Até porque o feitiço terminaria antes das 9h do dia seguinte. Ela sabia ser simpática até esse horário, depois disso provavelmente o que ele idealizou derreteria feito gelo em dia de verão. Ele chegou, apertou ela bem forte, cheirou o seu pescoço e elogiou o perfume que ela usava, Ela deixou a dureza de lado e se deixou ser abraçada, sentindo-se protegida, fazia tempo que não sentia isso. Eles saíram de mãos dadas, e ela não lembrava quando havia sido a última vez que tinha andado de mãos dadas com alguém. Sentiu-se bem e feliz, como se nenhuma outra coisa no mundo inteiro importasse. O telefone dela vibrou na bolsa e ela não sentiu vontade de saber quem era. Não importava. Ele estava ali com ela, e era tudo que ela poderia querer naquele momento. Assistiram o por do sol, o mar cantarolava uma melodia que embalava os beijos e carinhos trocados. Naquele dia todo o resto havia desaparecido, eram só eles. Amaram-se como nunca antes, havia intensidade, troca, carinho, beijos, muitos beijos. Ela queria apenas tocar a pele dele e sentir o arrepio que provocava nela. Entre gozos e suspiros, dormiram abraçados. E ela que detestava conchinha, acordou agarrada por braços fortes que não a soltaram a noite toda. Talvez ela não quisesse mais nada da vida, tinha tudo que precisava ali, bem juntinho dela. 

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