Colhendo as flores

Eu e minha mania de querer solucionar o problema de todo mundo. Isso não cria independência, pelo contrário, cria um laço ruim, não quero solucionar seus problemas, os meus já me consomem demais. Não que eu tenha tantos problemas assim, na maioria das vezes é apenas exagero da minha parte, como todas as outras hipérboles que eu uso para expressar aquilo que me consome por dentro. Não é pra fazer sentido, nunca fiz até agora, daqui pra frente terá menos nexo em tudo. Preencho-me do ar matinal, é ele que me faz mais forte a cada dia, o retorno já ficou tão longe que o único caminho a seguir é continuar indo em frente. Aliás, isso é a única coisa que tem feito sentido nos últimos meses. Sigo, aprecio o novo, me encanto com outras caras, abraço outras pessoas, conheço tanta gente que nem imaginava que poderiam cruzar o meu caminho. Não é ruim, de jeito nenhum, é bom demais, me traz um leve sopro de juventude, numa alma centenária cansada de tudo ser sempre igual. Os dias passam, algumas surpresas, alguns tropeços e vários hematomas, é, definitivamente não se pode ter tudo. Já não me afobo pelo fim da história, aprendi que apreciar as curvas torna o caminho mais gostoso. Não quero tudo para ontem, sei que tenho tempo e que ele sempre joga a meu favor. Difícil tem sido me desculpar por todos os erros que cometi, e foram muitos, nunca havia me traído de maneira tão descarada, e isso ainda me consome ao menos uma vez na semana. E nessas voltas que a minha cabeça dá, um pouco ali, um pouco cá, as vezes consigo sentir o vento da liberdade batendo na minha cara, e isso me dá a sensação de poder fazer qualquer coisa. Resumindo: tenho me permitido ser quem eu sou, e isso tem dado um brilho diferente na minha vida, no meu olhar, e só de me ouvir falar você já sabe que a primavera chegou, anunciando que é tempo de colher, seja lá o que você plantou. 

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